As mulheres e o Desporto em Portugal
As mulheres estiveram mais tempo afastadas do mundo do desporto, uma vez que havia a ideia que o seu corpo era mais fraco que o corpo do homem. Além disso, acreditava-se que alguns desportos eram prejudiciais à sua própria saúde e à “função reprodutora da mulher”. O patriarcado sempre arrumou a mulher numa caixa funcional, normalmente andando à volta da sua “função reprodutora”.
No entanto, mais tarde, esta ideia desvaneceu-se através da inexistência de “fundamentação biológica da fraqueza feminina…”, e do “reconhecimento dos benefícios que o desporto promovia no âmbito da saúde, torna os médicos os principais agentes da incursão das mulheres no mundo desportivo, libertas de tabus e preconceitos, sob o lema da vitalidade e do vigor físico, aspectos fundamentais da maternidade e do parto bem sucedido.”
As dificuldades sentidas pelas primeiras mulheres atletas
Nas primeiras décadas do século XX, as mulheres começam a estar presentes no mundo do desporto “como participantes empenhadas e como publico atento”, sendo as actividades escolhidas, realizadas com determinação e regularidade. Os desportos mais praticados eram, como elas próprias defendiam, desportos que ofereciam segurança e resultados “higiénicos”. Como exemplo, temos a natação que é um desporto “higiénico” e que se pode constatar, até aos anos 70, era uma das modalidades com a maior taxa de participação feminina. A Natação incluía cerca de 40% do total das mulheres que praticavam desporto na época.
Rosa Mota
A medalha de Bronze obtida pela atleta Rosa Mota, foi um marco histórico para o Atletismo Português e sobretudo para o desporto feminino.
Não obstante, a história de Rosa Mota não terminou aqui. Esta não foi a única medalha obtida pela atleta, tanto que em 1988, nos Jogos Olímpicos de Seoul, viria a conquistar o primeiro título olímpico da história do Atletismo Feminino, com a marca de 2h25mn40s, levando a melhor sobre Lisa Martin (AUS) e Katrin Dorre (RDA), respectivamente.
No total, esta atleta obteve 8 medalhas em grandes competições internacionais. Entre campeonatos da Europa, do Mundo e Jogos Olímpicos, contabilizam-se cinco medalhas de ouro, duas de prata e uma de bronze.
Fernanda Ribeiro
A seguir à Rosa Mota implodiu Fernanda Ribeiro que, para além do seu título olímpico em 1996, nos Jogos de Atlanta, nos 10.000 metros, coleccionou mais 14 medalhas em grandes competições internacionais, sendo a atleta feminina mais medalhada.
“Por detrás de um brilho enganador das medalhas obtidas em provas internacionais, a verdadeira realidade surge frágil e não significativa quando se pretende conhecer, de facto, a expressão da participação regular da mulher portuguesa nas actividades portuguesas nas actividades desportivas em geral.”
Como está implícito na afirmação anterior, as atletas femininas, apesar das dificuldades que sempre tiveram de enfrentar, têm mais medalhas obtidas em relação aos atletas masculinos, o que é extraordinário.
Se olharmos para os resultados obtidos pelas atletas portuguesas, principalmente no atletismo, e tivermos em conta os títulos internacionais e os lugares de destaque que alcançaram, ficamos com uma ideia errada do que é o panorama do atletismo feminino, em Portugal. Tal situação trouxe uma nova responsabilidade à Federação Portuguesa de Atletismo, o desafio de organizar o seu trabalho de uma forma intensiva, de maneira a criar um entendimento mútuo entre os atletas, masculinos e femininos, tendo por base a importância destacada da presença da mulher.
As últimas décadas, aparentemente, mostram uma atenção diferente ao desporto feminino no nosso país e às práticas competitivas femininas. Isto acontece graças ao trabalho das corredoras Portuguesas. Vivemos um tempo em que há cada vez mais pessoas a aderir à prática desportiva. Damos o exemplo da nossa cliente Luísa Soares, que conta a sua história no nosso site em testemunhos, onde faz referência à sua participação na meia maratona da ponte 25 de Abril, tendo conseguido alcançar o primeiro lugar no seu escalão.
Há exemplos como o da Luísa que nos dão razões para acreditar que as mulheres estão a aderir cada vez mais ao exercício físico, chegando até a este nível de performance. A Luísa Soares, apesar de ter um trabalho exigente e uma vida ocupada, consegue gerir o seu tempo para treinar e se manter em forma.
Acompanhe as nossas redes sociais: facebook | instagram | Tiktok