O que é o Sistema de treino FST-7?

Treino de peito em que o PT aplica o FST-7.

O FST-7 foi criado pelo atleta Hany Rambod, fisiculturista da década de 90. Este tipo de trabalho pode ser feito analiticamente, se o local de treino e a afluência de praticantes permitir, ou pode ser feito em super série, terminando com sete séries para cada grupo muscular.

Podemos então perspectivar três exercícios para cada grupo muscular, no caso de ser bicípite e tricípite por exemplo. Nestes dois exercícios é importante, como sempre, fazer os movimentos com controlo neuromuscular, sentindo o sangue a entrar no músculo e colocar o músculo num ponto de fadiga que crie dificuldades sérias até que seja levado até à falha mecânica. Depois de deixar os músculos em “ponto de rebuçado” aí está tudo pronto para aplicar o FST-7 e passar o ponto de fadiga.

Duas mulheres a fazer musculação (bicípite)  recorrendo ao FST-7.

O que significa FST-7 (Fáscia Stretch Training 7 Sets)?

O sistema de treino FST-7 é realmente inovador e ajuda-nos a entender melhor o treino na prática. A Fáscia é um tecido espesso e pouco elástico que envolve e encapsula os músculos. Stretch significa alongar, estender e training significa treino e 7 sets indica 7 séries. O controlo neuro muscular é fundamental para conseguir desenvolver uma técnica tão exigente quanto esta. Os nervos, músculos e tendões têm de ter uma preparação de base, muito consistente, para poder considerar este sistema de treino.

O FST-7, pela sua natureza de alta intensidade, produz um gasto calórico maior. O treino base de musculação de alta intensidade com técnicas de culturismo é incomparável com a musculação típica das grandes cadeias de ginásios. Aí prevalece a cultura do 3 X 12 é para Hipertrofia e 2 X 20 é para resistência, o que na verdade é um disparate conceptual. O controlo neuromuscular do músculo, num sistema deste tipo, é muito grande e o fluxo sanguíneo é também ele gigante, pelo que, os resultados aparecem naturalmente.

O FST-7 o que nos diz é para fazermos logo após às 3-4 séries de 8-12 repetições até à falha mecânica, 7 séries com descanso de 30 segundos entre as séries e alongar do meio para o final da série.

A ideia que marca a diferença, neste sistema, é passar do ponto de fadiga, criar condições para que o grupo muscular que estamos a trabalhar passe do ponto de fadiga. Quando isto acontece, a fáscia dilacera, a fibra muscular tem um rompimento miofibrilar fortíssimo e também pelo facto deste sistema ser composto por sete séries activa também o mecanismo sarcoplasmático. Portanto, no pós treino o metabolismo vai estar acelerado, vão entrar muitos nutrientes no músculo por causa do rompimento de tecido também, em consequência de uma grande quantidade de sangue a entrar no tecido muscular. Em suma, este sistema deve ser desenvolvido com cargas pesadas, contudo com médias e altas repetições.

Ficar atento às sensações de fadiga do músculo é fundamental, a individualidade biológica faz com que não exista uma forma única de trabalhar. A criatividade a autoconsciência são fundamentais para conseguir dobrar o tal ponto de fadiga. Nunca é demais dizer que a técnica é imprescindível e que este tipo de trabalho funciona sim, mas a execução técnica é pré-requisito para o sucesso.

As indicações no FST-7 são para 3 séries de 8 a 12 repetições, contudo podem ser usadas 4 séries se sentir que ainda consegue fazer mais uma. Ficar atento às sensações e fazer uma supervisão honesta dessas mesmas sensações é fundamental para criar condições para que o FST-7 dobre o ponto de fadiga. Não é possível atingir resultados na musculação dentro da zona de conforto, aliás isso é absolutamente impossível, a menos que use substâncias ilícitas que lhe podem trazer diversos problemas de saúde.

O método de treino baseado em rompimento de tecido, através de uma boa carga e de um bom controlo neuromuscular, é fundamental para colocar o músculo no limiar de fadiga e ultrapassar esse ponto de fadiga. O FST-7 é um dos métodos que traz resultados, efectivamente, e nós aconselhamo-lo vivamente. O ponto zero é outro método que pode e deve aplicar, até para garantir uma boa evolução em termos técnicos. A boa consciência do movimento é imprescindível para obter resultados, dentro da lógica do sistema sarcoplasmático e da chamada massagem da fáscia através da musculação.

Mais uma vez afirmamos, apenas um treino de musculação, baseado nestes termos, pode fazer com que acelere o seu metabolismo de modo a queimar gordura. Apesar desta verdade, entendemos que o trabalho cardiovascular não pode ser dispensado. Para aumentar o peso corporal, por via da musculação, de modo a queimar gorduras é necessária consistência semanal, privilegiar a dieta, o descanso e a hidratação.

Sem recurso a substâncias ilícitas, são muito poucas as pessoas que vão atingir resultados de definição e aumento de massa muscular, sem recurso ao trabalho cardiovascular. Por isso, sugerimos sempre que dentro do planeamento de treino haja consistência no treino de musculação, mas também no trabalho cardiovascular. Acreditamos que o treino cardiovascular de intensidade moderada traz benefícios também para o treino de musculação.

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