Mobilidade Articular e Libertação Miofascial
A saúde das nossas articulações depende muito do trabalho de Mobilidade Articular e Libertação Miofascial. A mobilidade articular é o que nos dá a capacidade para realizar movimentos de maior ângulo, sem prejudicar os músculos, nem a coluna vertebral. Se as nossas articulações tiverem boa mobilidade existe menos risco em contrairmos lesões. Quando existe uma mobilidade deficiente nos ombros, coluna e bacia, os riscos de patologia da coluna são eminentes. As tensões musculares que decorrem da reduzida mobilidade criam condições para o aparecimento de contracturas musculares que vão causar dor.
Treino e saúde articular
É fundamental que a actividade física realizada contemple o trabalho de estabilização articular, mobilidade e flexibilidade, para além do trabalho de força. O próprio trabalho de força em pessoas com mobilidade reduzida, deve incluir exercícios excêntricos, de modo a que a flexibilidade e a mobilidade também evoluam positivamente. O trabalho de força, nestes casos, nunca deve favorecer o encurtamento muscular. A técnica com que se executa o trabalho de força é também determinante para manter e desenvolver uma boa postura.
A correcta utilização da bacia permite transferir correctamente as cargas, o que permite aumentar o volume e a carga de treino mais facilmente. Os resultados do trabalho de força e hipertrofia dependem, em larga medida, da força do core e da estabilização correcta da bacia, durante a execução dos exercícios.
A própria eficiência da execução do movimento que está a ser realizado, sem nenhum tipo de limitações, permite ter um consumo energéctico mais baixo, o que leva o músculo a entrar em fadiga mais tarde. A estabilização, durante a execução dos exercícios, para além de ser benéfica para os músculos e articulações é também muito positiva em termos metabólicos, permitindo que o praticante realize mais repetições, com mais peso e em segurança.
A Mobilidade Articular e Libertação Miofascial influenciam os resultados do treino?
As fibras musculares quando existem problemas de mobilidade, não deslizam correctamente o que diminui o trabalho gerado com o treino. Nesse sentido, os exercícios compostos que trabalham a mobilidade são uma excelente ferramenta para melhorar a mobilidade e o comportamento biomecânico. Os alongamentos genéricos são importantes, mas não resolvem os problemas da mobilidade.
O trabalho de mobilidade deve ser feito em todos os treinos, não só para potenciar os resultados, mas também para manter a saúde das suas articulações, tendões e músculos. Salientamos que os problemas de mobilidade restringem a evolução de todas as outras capacidades físicas.
Hábitos de postura nos tempos modernos
A maior parte das pessoas passa muitas horas sentada ou a fazer tarefas demasiado rotineiras. Uma pessoa que esteja mal sentada 8 horas por dia passa em média:
- 56 horas por semana em más posturas;
- 224 horas por mês em más posturas;
- 2688 horas por ano em más posturas;
- 26880 horas por década em más posturas.
Estes números ajudam a explicar porque é que, actualmente, existem cada vez mais pessoas com dores nas costas e com problemas de flexibilidade e mobilidade. Naturalmente que os hábitos alimentares e a inactividade física também potenciam fortemente estes problemas. O excesso de peso e a obesidade levam a alterações na coluna vertebral para compensar o peso, levando a lordoses, escolioses e a cifoses. Estas patologias vão sendo adquiridas, ao longo da vida, como consequência da exposição à conjugação de todos estes factores: más posturas quotidianas, excesso de peso, obesidade e inactividade física.
Libertação miofascial
Cada fibra muscular e os músculos, no seu conjunto, estão envoltas numa espécie de membrana composta por tecido conjuntivo que tem por nome fáscia. Esta fáscia é que permite um bom deslizamento das fibras musculares na execução dos movimentos. A libertação miofascial actua precisamente na fáscia.
A libertação miofascial é caracterizada por uma auto massagem que permite, através da utilização de um rolo, identificar os pontos de dor, libertar as tensões facilitando assim o trabalho de flexibilidade e mobilidade.
Naturalmente que, este trabalho deve ser conduzido inicialmente por um profissional de maneira a que o praticante possa ser cada vez mais autónomo para poder usar sozinho regularmente.
A libertação miofascial comporta dor, mas o que nos descansa é que dá resultado. A repetição dos gestos técnicos decorrentes do treino, ou a manutenção da mesma posição no trabalho, pode desencadear alterações na postura e na própria forma dos músculos. A repetição do gesto, durante o dia a dia, no local de trabalho e até mesmo em casa, nas tarefas quotidianas pode levar à tendinites, por exemplo.
Pode utilizar diferentes materiais, para fazer a libertação miofascial:
- rolos de diversos tamanhos;
- Bola de Ténis;
- Cano de pvc.
Dependendo do local do ponto de dor, onde aplicamos a libertação miofascial, devemos adequar o material que mais sentido fizer. Podemos começar por utilizar um rolo com um bom diâmetro e só depois entrar mais profundamente com um rolo de menor diâmetro, uma bola de ténis, ou um cano de pvc.
O trabalho de libertação miofascial melhora os encurtamentos musculares, previne lesões, permite desenvolver a flexibilidade e aumenta a mobilidade.