Actividade Física e Composição corporal
Existem uma relação directa entre Actividade Física e Composição Corporal. A aparência física é sempre consequência dos hábitos de vida, não obstante, algumas pessoas podem ter uma boa composição corporal e não ter saúde orgânica. As pessoas que recorrem à cirurgia plástica podem obter resultados em termos estéticos, mas não obtêm saúde orgânica. Só a actividade física e a alimentação saudável nos pode trazer isso. Não existe nada que nos possam implantar para termos saúde orgânica. À semelhança das pessoas que recorrem a esteróides anabolizantes, também aparentam ter saúde orgânica, contudo, a realidade pode não ser essa. Quem toma anabolizantes, normalmente, tem uma frequência cardíaca de repouso alta e recupera lentamente do esforço físico, parâmetro fundamental da saúde cardiovascular.
Índice de Massa Corporal – Actividade Física e Composição Corporal
Para mantermos esta coerência entre a Actividade Física e Composição Corporal devemos fazer avaliações físicas regulares. O Índice de Massa Corporal (IMC) é uma das formas para calcular o peso ideal. O IMC é a razão entre o peso e o quadrado da altura que nos dá os kg por metro quadrado de corpo.
Calculadora IMC
Fórmula IMC = Peso (kg) / Altura (m²)
Tabela para interpretação dos Resultados
IMC | Classificação |
---|---|
Menor que 18,5 | Magreza |
18,5 a 24,9 | Normal |
25 a 29,9 | Excesso de Peso |
30 a 34,9 | Obesidade grau I |
35 a 39,9 | Obesidade grau II |
Maior que 40 | Obesidade grau III |
No entanto, para uma medida mais exacta o ideal é recorrer à bio impedância. Nesse caso, é possível saber se tem o peso ideal através da avaliação da massa gorda e massa magra. Como existe uma relação directa entre Actividade Física e Composição Corporal, o IMC não nos dá um informação precisa, uma vez que uma pessoa treinada pode ter peso a mais, segundo os parâmetros do IMC, mas é um peso que advém do musculo e não da gordura.
A relação entre músculo e gordura é o que determina se o seu peso é o ideal, ou não. Na Fiquemforma trabalhamos com a marca Tanita onde podemos fazer uma avaliação detalhada da composição corporal. Existem outros métodos, tais como a antropometria, ou a medição dos perímetros que também utilizamos como meio de diagnóstico, particularmente o perímetro abdominal. Estes métodos serão desenvolvidos noutras publicações.
Valores de referência para o IMC – (Actividade Física e Composição Corporal)
- Excesso de peso (Homens – de 25,1 a 30,0) (Mulheres – de 24,5 a 29,3)
- Obesidade ligeira, ou de grau 1 (Homens de 30,1 a 35,0) (Mulheres – de 29,4 a 34,2)
- Obesidade moderada, ou de grau 2 (Homens de 35,1 a 40,0) (Mulheres – de 34,3 a 39,1)
- Obesidade mórbida, ou de grau 3 (Homens > 40,0) (Mulheres > 39,1)
A percentagem de massa gorda é o valor de referência mais importante, no que toca à composição corporal. Só com uma avaliação física é possível saber este valor. O IMC (Índice de massa corporal) é o número de quilogramas por metro quadrado. Esse valor deve ser inferior a 25, contudo esse valor é bastante relativo, pois depende da relação massa muscular/massa gorda. É natural que um individuo com um IMC de 24 tenha excesso de peso, a menos que seja um individuo treinado e com uma massa muscular assinalável.
Valores de referência para a percentagem de Massa Gorda Ideal
A avaliação da massa gorda e massa magra através de uma balança de bio impedância estima a relação entre músculo e gordura corporal.
Valores de referência para a massa gorda:
- Mulheres entre os 31 e os 40 anos (19% – 27%)
- Mulheres entre os 41 e os 50 (20% – 28%)
- Mulheres entre os 51 e os 60 (21% – 30%)
- Homens entre os 31 e os 40 (11% – 19%)
- Homens entre os 41 e os 60 (14% – 20%)
Posto isto, devemos ter em conta que só é considerado que existe actividade física quando existe o envolvimento de pelo menos 2/3 da massa muscular. Normalmente, considera-se a musculatura dos membros inferiores, da bacia para baixo, para definir os 2/3. Quando fazemos bicicleta, natação ou corrida estamos a fazer trabalho cardiovascular. Quando fazemos bicípite ou tricípite, isoladamente estamos a fazer trabalho local. Esta situação só muda quando cruzamos trabalho de perna com trabalho de tronco.
A interdependência entre a Actividade Física e Composição Corporal
Normalmente, parte-se do pressuposto que o quilograma de massa corporal do homem é igual ao quilograma de mulher, assim como entre os mais novos e mais velhos, entre diferentes etnias, o que não corresponde à verdade. Actividade Física e Composição Corporal estão intimamente ligadas e vivem da dependência de uma sobre a outra. O nível do praticante depende da sua própria composição corporal e a composição corporal depende do volume da actividade física.
Este pressuposto é um pressuposto que contém um erro de aproximação, como é evidente “igualdades não são iguais”, felizmente para nós, porque a nossa existência depende da maior percentagem de massa gorda do género feminino e vice versa. Por razões hormonais, as mulheres só atingem maturação sexual quando chegam a 20/23% de massa gorda. Só a partir destes valores é que existem condições para acontecer a menarca. É por isso é que as pessoas muito magras só têm a primeira menstruação mais tardiamente. Esse atraso tem implicações na saúde óssea.
Descobriu-se que atletas da patinagem artística chegavam aos 20, 21, 22 anos e tinham esqueletos de mulheres de 80 anos já com osteoporose. Em função desta situação os quadros competitivos foram alterados, neste momento, só se admite competição a partir dos 16 anos.
A composição corporal tem várias especificidades e efectivamente, quando sujeitamos o corpo humano a treino intenso, existem alterações e adaptações fisiológicas que conduzem a uma tipificação do tipo de composição corporal, em consequência dos hábitos e da modalidade que se pratica. Existe inclusivamente um tipo de postura, de caminhar, em função da modalidade praticada. Dando o exemplo do atletismo, é muito fácil perceber quando estamos perante um velocista ou um saltador, é comum andarem aos “saltinhos”.
Naturalmente que, ao longo deste artigo, falámos de transformações físicas e fisiológicas que ocorrem apenas em pessoas que treinam vigorosa e intensamente, durante períodos alargados de tempo, de forma regular.
Na Fiquemforma guiamo-nos sempre pelo que a sabedoria da Fisiologia do Esforço nos dá. Os personal trainers da Fiquemforma tentam sempre informar os clientes, de modo a que os possam responsabilizar pelas suas próprias mudanças e sucessos em termos de treino e de saúde.